3 temores para o futuro da Administração Pública

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Não é segredo para ninguém que o mundo está se desenvolvendo com uma rapidez nunca vista na história. A cada momento surgem novas tecnologias que prometem impactar as nossas vidas, mudanças que outrora levavam séculos para acontecer, agora acontecem em questão de anos ou até mesmo de meses, como foi provado na pandemia do Covid. Com a Administração Pública não poderia diferir, o setor público também enfrentará desafios que já representam preocupações para agentes públicos ao redor do mundo, incluindo o Brasil.

1 Desconfiança nas Instituições

O conceito de pós verdade está cada vez mais presente na política. Como bem sabemos, política e governo andam de mãos dadas, um governo não existe sem política, e tudo que acontece no primeiro, impacta o segundo. O termo pós verdade surgiu em 1992 em um artigo escrito pelo dramaturgo sérvio-americano Steven Tesich, o autor definia que, nas sociedades dominadas pela pós verdade, os fatos importam menos do que as crenças. Muitos agentes políticos têm manipulado multidões de maneiras sórdidas e irresponsáveis, recorrendo a fake News cada vez mais absurdas para controlar opiniões e narrativas.

Em sua campanha presidencial, o ex-presidente Donald Trump divulgou dados falsos sobre o desemprego (afirmou que o desemprego no seu país ultrapassava 40%), mentiu sobre a nacionalidade do seu antecessor (segundo Trump, Barack Obama era muçulmano), declarou que o papa Francisco o apoiou nas eleições, dentre outras afirmações polêmicas que poderiam ser facilmente desmentidas com uma pesquisa rápida na internet. Sabemos que esse tipo de comportamento não se restringe ao ex-presidente norte-americano, e essas atitudes nocivas já produzem efeitos, dentre eles a desconfiança nas instituições por parte dos cidadãos.

2 Mudanças no modelo econômico

Com o avanço da automação e da inteligência artificial, o mundo vai precisar de mudanças profundas no sistema econômico, uma vez que, a pandemia provou que o capitalismo praticado atualmente não é compatível com o estado atual da sociedade e precisa novamente ser reestruturado. Espera-se que num futuro próximo muitos empregos sejam substituídos por inteligência artificial e máquinas, o que antes víamos em filmes de ficção científica, agora é uma realidade próxima.

Estudiosos como Yuval Noah Harari apontam que até 2050 deve surgir uma nova classe de pessoas na sociedade, a classe dos inúteis. Segundo o intelectual, essa será uma classe de pessoas desempregadas, porém, não empregáveis, uma vez que suas habilidades se tornarão obsoletas na sociedade vindoura e podem acabar sobrevivendo graças a um sistema de renda básica universal. Os líderes do futuro deverão estar preparados para uma possível mudança radical na economia mundial e precisarão saber lidar com novas classes de pessoas que podem surgir daqui para frente.

3 Adaptação às novas tecnologias

O gestor do futuro precisa ser adaptável às mudanças e estar atento às novas tecnologias. É um fato incontestável que inovações voltadas ao setor público estão surgindo a cada momento, muitas delas facilitam bastante o trabalho dos agentes públicos. Logicamente, além dos funcionários de repartições, os líderes também devem estar a par das inovações que acontecem, uma vez que estes necessitam de sabedoria tanto na hora de alocar recursos para a contratação de novos serviços quanto para a contratar servidores qualificados o bastante para gerir e utilizar esses serviços.

É esperado que no futuro haja um engajamento maior dos cidadãos com os governos, considerando que a tecnologia tende a aproximar cada vez mais as pessoas. Os governantes do futuro precisarão saber administrar além dos recursos financeiros, o capital humano, motivando e engajando seus servidores enquanto desenvolvem uma relação transparente com o seu povo.